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18 janeiro 2012

A Fada Júlia

Júlia é minha sobrinha. Ela adora fadas. Fez 7 anos, dia 12. Sete anos... tempo de ingressar, de vez, no mundo das letras. Por isso, fiz para ela este Livro de Mensagens. Pra ela colher as impressões do mundo, escrever seus primeiros "romances", registrar em "crônicas" a história dos seus dias, pra ela contar seus "contos" e anotar suas "anedotas". Mas, principalmente, pra ela guardar as lembranças de seus primeiros rabiscos. Tudo cochichado com as fadas, claro!

Livro de Mensagens (Costura Copta)

"Do seu longínquo reino cor-de-rosa,
Voando pela noite silenciosa,
A fada das crianças, vem, luzindo.
Papoulas a coroam, e, cobrindo
Seu corpo todo, a tornam misteriosa."

Caixa de madeira forrada com tecido

"À criança que dorme chega leve,
E, pondo-lhe na fronte a mão de neve,
Os seus cabelos de ouro acaricia -
E sonhos lindos, como ninguém teve,
A sentir a criança principia."

Conjunto: Livro de Mensagens e Caixa

"E todos os brinquedos se transformam
Em coisas vivas, e um cortejo formam:
Cavalos e soldados e bonecas,
Ursos e pretos, que vêm, vão e tornam,
E palhaços que tocam em rabecas..."

Conjunto visto por outro ângulo

"E há figuras pequenas e engraçadas
Que brincam e dão saltos e passadas...
Mas vem o dia, e, leve e graciosa,
Pé ante pé, volta a melhor das fadas
Ao seu longínquo reino cor-de-rosa."

(Fernando Pessoa)



Esta é a "fada" Júlia.


17 dezembro 2011

Bailarina Sapeca


O que quer essa menina 
Com esse jeito tão sapeca?
Se o costume algo ensina
Só pode ser boneca.

Mas com essa cara tão menina
O que quer essa sapeca?
Sei que é coisa feminina
De criança irrequieta.

De repente, bem direta
E com o nariz que se empina
Ela vem e me secreta:
– Eu quero ser Bailarina!

28 novembro 2010

Claramel

Era uma vez uma jovem senhora que esperava a chegada de seu primeiro bebê.
Um dia, passeando pela aldeia, encontrou uma velhinha com uma cesta cheia de guloseimas a vender. Os doces pareciam deliciosos, irresistíveis. E a jovem senhora não se conteve e comprou todas as variedades. Já em casa, ela se pôs a comer, primeiro a tortinha de maçã, depois a de amora, as geléias e compotas.

A partir de então, todos os dias, a futura mamãe saía em busca dos doces para saciar sua vontade de comê-los, que crescia mais e mais a cada dia. Porém, um dia ela se sentiu enjoada daqueles doces e pediu para a velhinha que fizesse uma nova receita, algo diferente, porque, mesmo tendo enjoado,  ela ainda sentia desejo  de comer doces, mas não aqueles. Passados alguns dias, a velhinha lhe trouxe um doce diferente feito com caramelo. Disse-lhe, então, que aquela receita era muito especial e que não seria possível fazê-la novamente. Como faltavam poucas semanas para o bebê nascer, a velhinha alertou a jovem senhora a comer apenas um a cada dia. E, com isso, entregou-lhe uma porção dos docinhos. Despediu-se.

Quando a senhorinha provou o caramelo, fez-se feliz por ter saciado seu desejo. Depois de jantar, não resistiu e comeu outro caramelo, e mais outro, e mais, mais um...  Ela queria mais, mais, mais, no entanto,  já havia acabado com todos os caramelos. Custou a dormir e, quando conseguiu, teve sonhos caramelados.
Ao amanhecer,  correu até a aldeia para comprar mais caramelos. Porém, não encontrou mais a velhinha e se desesperou, o seu desejo de comer caramelos aumentara. Ninguém soube informar-lhe sobre o paradeiro da velhinha.  Então, pediu para que outras doceiras preparassem o doce, mas nenhuma conseguiu igualar o sabor daquele.

O desejo só aumentava a cada dia, e a jovem senhora rezava para que seu bebê nascesse logo, pois assim -  acreditava ela - seu desejo desesperador de comer caramelo desapareceria. Finalmente, o bebê nasceu! Era uma menininha! A mãe logo percebeu que sua filhinha nascera com os cabelos iguais aos doces de caramelo que tanto desejava e passou a chamá-la de Claramel. O desejo de comer os caramelos se foi. Nunca mais a mãe teve notícias da velhinha. Apenas guardou na memória os doces sabores de suas receitas.

Claramel conta que as vezes sonha com uma simpática velhinha preparando e ensinando-a a fazer deliciosas receitas. Será sua fada madrinha?

09 outubro 2010

Doçuras ou Travessuras?


Lembro-me de que, quando criança, adorava fazer travessuras: tocar campainha do vizinho e sair correndo; arrancar, às escondidas, rosas do jardim daquela mulher ranzinza; ficar observando o casal de namorados na varanda, dar risadinhas e gritar: "Beija!  Beija!"
Mas que bobinha!...


Por que era tão divertido mexer, cutucar, desafiar os adultos?

         (assista)

Penso que toda criança gostaria que os mais velhos sentissem de volta, nem que só por alguns segundos, o gostinho da pura inocência.
Seria o paraíso!


Eu amo crianças travessas
E suas travessuras
É a magia dessas
Que me guia
Através de mansas doçuras