Estávamos no elevador eu, minha filha e dois rapazes. Eles conversavam sobre o tema de uma palestra de que haviam participado e que, pela conversa, parecia ter tratado de algo como o uso mais humano da tecnologia. Foi um diálogo rápido, mas intenso. Um deles concordava com a excessiva intromissão da tecnologia em nosso cotidiano, achando pertinente uma certa preocupação; o outro demonstrava pela tecnologia um inequívoco maravilhamento. Então, o celular de minha filha tocou. O rapaz que se mostrara preocupado olhou para o outro e disse, "Tá vendo!" e, sem muita discrição, indicou minha filha. E ambos riram. Mas, assim que minha filha começou a retirar seu celular da bolsa, eles pararam de rir e, um tanto quanto boquiabertos, passaram a acompanhar seus gestos com uma atenção digna de quem se sente atraído pelo desenrolar de um ritual. O silêncio de ambos e a agitação de seus olhares tomaram o espaço do amplo elevador. Não sei que magia, naquele momento, se apossara daqueles pobres rapazes. O elevador chegou ao térreo e saímos, enquanto minha filha guardava seu celular no porta-celular feito por sua mãe, tinha sido engano.
(Escrito por D.)
(Escrito por D.)
E a magia se foi, tão rápido quanto veio.
ResponderExcluirQue dizer, não se foi, foram-na.
O que fazemos agora?
Mari